Monday, October 10, 2011

mais um abraço

Mais uma vez a mana sente-se culpada. Culpada de a vida nos afastar de novo porque sigo os meus sonhos. Espero que um dia também o faças – segue os teus sonhos.

Mas não tenhas medo, em pouco tempo estou de volta para te abraçar e me contares os teus segredos.

Estou tão feliz por o puto saber escrever o meu nome. Parece quando ele o disse pela primeira vez. Ena, estão tão grandes vocês. E eu queria estar mais perto. Tão mais perto. Queria abraçar-vos e pegar-vos ao colo e em vez disso tenho esta coisa de escrever. Escrevo para não me esquecer – para não se esquecerem – de que vos amo com muita força e de que me fazem

porra, fazem-me

tanta falta.

Estou tão feliz por seres a delegada de turma. Estou feliz como quando levaste o peixe da aula de inglês para casa, por seres a mais fixe da turma. Não me esqueço.

Pequenina. A mana não está aí mas está feliz por tu estares bem. Por tu, mesmo comigo longe, estares a crescer e a aprender tanto, e estares a atingir tantas coisas boas. Estou tão feliz por me fazeres sempre sentir tão orgulhosa do que és e do que consegues fazer. Não estou aí mas estou contigo – e espero que tu não te esqueças.

Monday, January 05, 2009

Ricardo Reis

Para ser grande, sê inteiro; nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes,
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.

Fernando Pessoa, Ficções de Interlúdio, 1914 - 1935 (poema de Ricardo Reis), Assírio e Alvim, Lisboa, 1998, p.205

Friday, October 31, 2008

hoje foi...

Hoje foi um dia emotivo.
Chorei ri e sou feliz.
Quero que também sejas.
Mana. A mana ama-te.

:)

Monday, September 15, 2008

Amo-te

Afinal nunca mais te vi.
Não podes imaginar como me sinto triste por estar tão longe e tão perto.
De certeza que não entendes, maninha.
Os adultos são uns seres estranhos...

Perdoa-me. Perdoa-me por nunca mais te ter visto desde meados de Julho. Perdoa-me por me ter esquecido em que dia te vi pela última vez. Perdoa-me por deixar que todas as coisas más te atinjam. Perdoa-me por favor, por não estar aí todas as semanas e por deixar que o que o pai nos fez nos separe.
Perdoa-me por permitir que ele não me telefone, nem quando lhe pedes para ele telefonar.

Prometo-te princesa, que um dia vou aí só para te ver. Só para te abraçar. Sei que não sou bem vinda. Sei que não há nenhuma razão para não ser bem vinda. Mas hei-de ir, porque tu não tens culpa nenhuma de os adultos serem uns seres estranhos. E não tens culpa nenhuma de eu entrar no mundo deles...

Perdoa-me por não te ver há mais de dois meses. Não podes imaginar como me seca a garganta por não poder fazer nada. Não podes imaginar como se me molham os olhos por não conseguir fazer nada...

Amo-te. Sabes disso e espero que não te esqueças da minha cara, que não te esqueças do cheiro do meu perfume.

Princesa. Eu nunca me esqueço de ti.
Perdoa-me por te fazer pensar que me esqueço.

Prometo que hei-de ir aí dizer-te olá e chorar no teu ombro a minha mágoa escondida há dois meses. Tenho tantas saudades.
Perdoa-me por favor. Perdoa a mana que te ama.

Friday, August 15, 2008

Mais nada, apenas

Amo-te

Saturday, July 05, 2008

Eu aqui

Princesona! A mana não te vê há uma semana e tem tantas saudades.
A mana ama-te e diz-te porque te ama.
Porque és a minha mana, a quem eu admiro e respeito e de quem gosto de cuidar.
Tu sabes que a mana estará agora mais presente. Sempre presente em toda a tua vida.
Nos sucessos e nos insucessos.
Quando as coisas correrem bem, estou lá para me emocionar contigo. E quando correrem mal, estou lá unida a ti, e a rezar para que voltem a correr melhor.
Para te repreender quando te puseres de pé num banco a roubar chocolates do armário. Para te dar chocolates do armário às escondidas. Para os comer contigo e vermos juntas as surpresas que têm os ovos. Para comeres a minha parte do chocolate porque nunca como todo. Sabes que não gosto lá muito. Sou esquisita. Para te atirar água na piscina e me fazeres amonas quando te apetecer. Afinal sou mais forte e mereço. Para te pegar às cavalitas e apanhares uvas. Para te pegar às cavalitas e tocares no céu.
Para vermos televisão e contares-me os episódios que não vi. Para cantarmos juntas as músicas de que mais gostas. Para corrermos pela casa até eu te apanhar e virar de pernas para o ar. Ai as minhas costas que já não podem! Para muito mais vezes fazermos moches uns aos outros e para lutarmos as duas na cama do pai. Para me dares porrada e fazeres cócegas. Para eu te ajudar a roubar chocolates e uvas. Para te ir buscar a casa e dizer "há uma surpresa à tua espera". E os teus olhos brilham de alegria. Para falarmos de coisas sérias. És tão pequenina mas tão inteligente e adulta. Para brincarmos às casinhas e servirmos o chá. Para chorares no meu ombro. Para me gritares para te deixar em paz. Para aturar as tuas birras. Para te preocupares com as minhas (raras) birras. Para ires ver as minhas peças. Para me dizeres "mana gostei tanto de te ver representar". Para te abraçar no teu pranto e te tentar dar um consolo. Para tudo isto.
Para tudo o resto.
Eu estarei sempre presente.

Friday, February 22, 2008

Partilha

Olha o que escrevi há uns dias. Não é exactamente para ti, mas pode ser que te ensine alguma coisa, e de qualquer forma, eu gosto de partilhar.

E quis dizer-te, como se me fugisses, que te amo.
Quis dizer-te como se o mundo fosse acabar, e podia.
Podia explodir o universo e espalhar partículas de estrelas e de árvores e de vida, podia o universo explodir e espalhar todo o tempo que passou e os dias que nos esquecemos que já passaram.
Quis dizer-te como se fosses embora, mas sei que não vais.
Não vais embora porque sabemos que és essencial, sabemos que não te sou indiferente. Não te vais porque temos tudo por cumprir e esperaremos sempre até que se cumpra.
Quis dizer-te antes que me matem do que te tirem de mim.
Quis dizer-te "és algo", mas sei que penso "és tudo".
Quis dizer-te há tanto por dizer e tanto por cumprir.
Hei-de dizer-te "o tempo encarregar-se-á disso". Não nos precipitemos, não nos fujamos, não nos enganemos, quis dizer-te, e hei-de dizer-te quando estivermos desesperados e quando não soubermos o que fazer para nos salvar. E se não nos salvarmos, o mundo acaba. E quando acabar, hão-de haver partículas de estrelas e de árvores e de vida.

E o tempo.

E mais nada há, porque nós não estaremos para ver.
Quis dizer-te, como se me matassem, que te amo.
E não sei se te amo, sei que vou amar-te, um dia, antes que o mundo acabe, e terei tempo e estrelas e árvores e vida para olhar nos teus olhos e dizer-te, como se me fugisses, que te amo. E sentirás, como eu, que tocar em quem admiramos é sublime, beijar quem admiramos é mágico.

E os dias.
Hão-de haver mais dias que nos esquecemos que já passaram. Quis dizer-te...

Hei-de dizer-te. Antes de explodir o universo.

16.02.2008
11:57