Friday, February 22, 2008

Partilha

Olha o que escrevi há uns dias. Não é exactamente para ti, mas pode ser que te ensine alguma coisa, e de qualquer forma, eu gosto de partilhar.

E quis dizer-te, como se me fugisses, que te amo.
Quis dizer-te como se o mundo fosse acabar, e podia.
Podia explodir o universo e espalhar partículas de estrelas e de árvores e de vida, podia o universo explodir e espalhar todo o tempo que passou e os dias que nos esquecemos que já passaram.
Quis dizer-te como se fosses embora, mas sei que não vais.
Não vais embora porque sabemos que és essencial, sabemos que não te sou indiferente. Não te vais porque temos tudo por cumprir e esperaremos sempre até que se cumpra.
Quis dizer-te antes que me matem do que te tirem de mim.
Quis dizer-te "és algo", mas sei que penso "és tudo".
Quis dizer-te há tanto por dizer e tanto por cumprir.
Hei-de dizer-te "o tempo encarregar-se-á disso". Não nos precipitemos, não nos fujamos, não nos enganemos, quis dizer-te, e hei-de dizer-te quando estivermos desesperados e quando não soubermos o que fazer para nos salvar. E se não nos salvarmos, o mundo acaba. E quando acabar, hão-de haver partículas de estrelas e de árvores e de vida.

E o tempo.

E mais nada há, porque nós não estaremos para ver.
Quis dizer-te, como se me matassem, que te amo.
E não sei se te amo, sei que vou amar-te, um dia, antes que o mundo acabe, e terei tempo e estrelas e árvores e vida para olhar nos teus olhos e dizer-te, como se me fugisses, que te amo. E sentirás, como eu, que tocar em quem admiramos é sublime, beijar quem admiramos é mágico.

E os dias.
Hão-de haver mais dias que nos esquecemos que já passaram. Quis dizer-te...

Hei-de dizer-te. Antes de explodir o universo.

16.02.2008
11:57